Conheça dicas, passos e orientações sobre como abrir uma fintech

Entender como abrir uma fintech pode ser essencial para quem deseja crescer no mercado, há muitas questões que podem influenciar diretamente no sucesso ou fracasso da empresa.

Para além de questões como atrair novos clientes, é preciso entender as diferenças nos tipos de fintechs existentes, estudando profundamente o mercado.

Embora muitas pessoas acreditem ser sinônimos, existem diferenças fundamentais entre bancos digitais e fintechs, principalmente na regulamentação.

Por isso, se você está pensando em como abrir uma fintech, continue a leitura! 

Quais são os tipos de fintechs?

Primeiro vamos entender o conceito de uma fintech. Elas são empresas que, geralmente, começam como startups e tem o objetivo de inovar e melhorar o sistema financeiro nacional. 

As fintechs funcionam por intermédio de plataformas tecnológicas e oferecem soluções para otimizar e facilitar o acesso ao crédito ou até transações simples que, antes, precisaria de um banco para ser realizada.

São uma alternativa para diminuir o risco de inadimplência, pois facilitam ainda mais a vida do usuário final, oferecendo alternativas mais simples. 

Empresa Simples de Crédito (ESC)

Essa modalidade de fintech tem como principal objetivo incentivar o desenvolvimento local, o que contribui para uma fidelização de clientes mais próximos à empresa. 

Ela surgiu junto com a Lei Complementar 167/19 e tem como principais características:

  • operações de empréstimos, financiamento e de desconto de títulos de crédito;
  • atuar no âmbito municipal e distrital;
  • deve adotar a forma de EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), LTDA (Sociedade de Responsabilidade Limitada) ou EI (Empresário Individual);
  • deve ser constituída exclusivamente por pessoas físicas;
  • não há exigência de capital social mínimo;
  • a concessão de crédito somente pode ocorrer para microempreendedores individuais – MEI, microempresas – ME e empresas de pequeno porte – EPP;
  • a lei não prevê a necessidade de autorização do BACEN para o seu funcionamento.

Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e Empresa de Pequeno Porte (SCMEPP)

Se você pensar em começar uma fintech para operações de financiamentos a pessoas físicas, microempresas e empresas de pequeno porte, essa é a melhor opção. 

Esse tipo de fintech só pode ser constituída como Sociedade Anônima ou como Sociedade Limitada e tem regulamentação do Banco Central do Brasil

  • a SCMEPP deve observar sempre o valor mínimo de R$1 milhão de reais em relação ao capital social integralizado e ao patrimônio líquido;
  • a constituição, organização e funcionamento dessas fintechs são disciplinados pelo Conselho Monetário Nacional;
  • precisa de autorização do BACEN para funcionar;
  • pode utilizar bens como garantia para a operação (alienação fiduciária);
  • pode emitir moeda eletrônica, nos termos da regulamentação em vigor, restrita às pessoas naturais ou jurídicas;
  • pode realizar a análise de crédito para terceiros e a cobrança de crédito de terceiros;
  • são proibidas de captar recursos junto ao público e emitir títulos e valores mobiliários.

Sociedade de Crédito Direto (SCD)

Esta modalidade de fintech é uma Instituição Financeira regulamentada no Banco Central do Brasil.

  • destina-se às operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas e análise e cobrança de crédito, assim como comercialização de direitos creditórios;
  • as operações são feitas obrigatoriamente por meio de plataforma eletrônica;
  • é permitido emitir de moeda eletrônica;
  • é obrigatório operar com recursos próprios;
  • só pode oferecer seus serviços para outras instituições financeiras, fundos de investimento em direitos creditórios e companhias securitizadoras;
  • deve ser constituída obrigatoriamente como Sociedade Anônima;
  • o capital social mínimo é de R$1 milhão;
  • a constituição, organização e funcionamento dessas fintechs são disciplinadas pelo Conselho Monetário Nacional;
  • precisa de autorização do BACEN para funcionar;
  • ‍podem realizar a emissão de pós-pagamento, como cartão de crédito, o que contribui na hora de atrair mais clientes;
  • para financiar as suas operações: podem realizar a cessão dos créditos originados a qualquer fundo de investimento (anteriormente só era permitida a cessão a FIDCs), bem como obter recursos em operações de repasses e de empréstimos originários do BNDES;
  • deve possuir governança corporativa sólida e estruturada;
  • só pode intermediar operações de empréstimos entre pessoas, com limite de R$ 15 mil por operação e não deve envolver capital próprio nas operações.

Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP)

Nesta modalidade de fintech o BACEN apresenta mais regras, como modo de formalização e operação, cláusulas obrigatórias nos contratos, entre outros. 

  • não poderá operar com recursos próprios, pode apenas fazer a intermediação entre credor e devedor;
  • não pode prestar garantias de adimplemento da dívida ao credor;
  • não pode adquirir direitos creditórios.
  • nas operações realizadas pelas SEP, que tenham como credores fundos de investimento ou companhias securitizadoras, a transferência de recursos financeiros poderá ser realizada diretamente aos credores, sem trâmite pela SEP, mas não eximindo essas instituições do monitoramento das operações.
  • importante enfatizar que o BACEN exige que as fintechs (SEP e SCD), assim como as Instituições Financeiras, tenham um plano de Governança Corporativa robusto, transparecendo a confiança da empresa e, também, demonstrando responsabilidade, prestação de contas e equidade;
  • políticas fundamentais que devem fazer parte do plano de Governança são: prevenção a práticas de corrupção e lavagem de dinheiro; código de ética e de conduta; prevenção a conflitos, entre outros.

Como abrir uma fintech em 7 passos

Agora que você entendeu os tipos de fintechs disponíveis no mercado, fica mais fácil saber qual modelo se aplica melhor à sua necessidade.

Contudo, se ainda tem dúvidas sobre como montar o seu banco digital, confira essas 7 dicas que deixamos logo abaixo.

1. Escolha o tipo de fintech

O primeiro passo é escolher um dos modelos de fintech que mais se encaixa com a sua necessidade e proposta para o mercado.

Analise as opções citadas acima com bastante cuidado e passe para o segundo passo.

2. Encontre uma oportunidade no mercado

As fintechs estão em alta e são parte de um mercado consolidado no Brasil, o que exige de um novo empreendedor sagacidade e solução para uma demanda ainda não atendida. 

Para conhecer a necessidade do público serão necessárias pesquisas, estudos e comunicação com os consumidores e criar a persona do seu negócio.

Além disso, saber usar o big data para interpretar os dados coletados faz toda a diferença.

Não tenha receio de segmentar, pois isso te aproxima ainda mais de fãs verdadeiros. 

3. Estude questões regulatórias

É sempre animador ter ideias criativas e inovadoras, contudo, estude o ambiente regulatório para entender o que é preciso para colocar sua fintech em operação. 

Existem regras específicas para cada tipo de fintech e o Banco Central está reforçando as exigências para autorizar alguns segmentos. 

4. Pesquise a fundo o mercado de atuação

Após criar sua persona, tenha em mente que é preciso mergulhar fundo no mercado e entender cada detalhe dele, dos seus consumidores e dos concorrentes.

Ainda que haja espaço para inovar e crescer, conhecer o mercado traz mais assertividade para os passos de uma nova empresa. 

5. Crie um MVP

Para validar essa ideia você vai precisar de um bom MVP (Minimum Viable Product), que em português entendemos como o  mínimo produto viável.

O MVP é um teste de aceitação do público-alvo para poder calibrar o produto, no sentido de afinar as partes não tão boas e potencializar o que deu certo. 

Um bom MVP é fundamental para utilizar na gestão da marca e colher melhores resultados. 

6. Procure por investidores

Nem sempre é possível iniciar um negócio com um capital de giro adequado.

Para isso, faça um cálculo de quanto custa abrir uma fintech e pense na opção de contar com financiadores.

Os investidores podem estar dispostos a financiar sua ideia, portanto tenha todo planejamento do produto e dados importantes para serem apresentados.

Tenha uma proposta de valor única dentro do mercado e esteja com as finanças em dia.

7. Foque em tecnologia

A tecnologia vem de encontro para resolver muitos dos problemas que um novo empreendedor de fintech pode encontrar.

Uma das soluções são as plataformas white label, onde a empresa consegue inserir a identidade de sua marca em soluções flexíveis capazes de adaptar o negócio às necessidades do seu público. 

Se, porém, você deseja desenvolver uma solução totalmente do zero, conte com a assessoria de uma empresa de tecnologia que tenha experiência em fintechs e conheça todas as regulamentações exigidas para auxiliar nesse processo.

Quanto custa abrir uma fintech?

Se você chegou até esta parte do artigo, com certeza está se perguntando: “afinal, quanto realmente custa para abrir uma fintech?”.

Como qualquer outro negócio, a abertura de uma fintech envolve questões como custos diversos, como: fiscais, capital inicial, registro de marca, infraestrutura, contratação de colaboradores, marketing e outras despesas fixas mensais.

Outro ponto que impacta o investimento é a oferta do seu serviço, do nível de personalização e da tecnologia utilizada nas soluções para os clientes.

O que influencia no custo de uma fintech?

Diante dos modelos existentes de fintechs, a adequação regulatória influencia no custo inicial de abertura da empresa. 

Se você deseja ter uma fintech de empréstimos, será necessário solicitar sua adequação como sociedade de crédito ao Banco Central, depositando R$ 1 milhão em custódia e dispor de mais de R$ 1 milhão ao ano para sistemas e infraestrutura de operação e compliance. 

Outro exemplo é a obrigatoriedade de um capital mínimo de R$ 2 milhões para fintechs que pretendem oferecer contas digitais sem serem consideradas bancos. 

O custo varia ainda conforme a estrutura física, equipamentos, investimentos em tecnologia de dados e recursos humanos.

As fintechs precisam ainda de um servidor adequado e excelentes analistas de mercado para detectar tendências. 

Quais leis ou decretos regulam as fintechs?

O mundo das fintechs cresceu rapidamente nos últimos anos, com novas tecnologias inovadoras, como criptomoeda e serviços de transferência de dinheiro instantâneas, surgindo em todos os lugares.

Embora essas tecnologias estejam em constante crescimento, ainda há uma variedade de regulamentações que representam ameaças potenciais às fintechs e suas operações.

Os principais decretos acerca da regulamentação de fintechs são criados por parte do BACEN (Banco Central do Brasil), incluindo impostos sobre serviços digitais, liberdade de operação e proteção cibernética.

Assim, na resolução Nº 4.656 consta que para registrar uma fintech, é preciso se adequar a um dos dois tipos de instituições financeiras: Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) ou Sociedade de Crédito Direto (SCD).

Além disso, em 2018, o BACEN deu aval para que as fintechs possam oferecer crédito sem a necessidade de um banco como intermediário, o que reduziu muito os custos de operação. 

Por último, a regulamentação também prevê padrões para garantir a segurança cibernética dos usuários. Ou seja, as instituições financeiras são obrigadas a implementar mecanismos que pluralizem a cultura de segurança cibernética. 

Mas, embora venham com algumas regras, as fintechs têm muita liberdade no que podem desenvolver, devido à falta de presença física e ausência de regulamentação em nível estadual.

Como está o cenário das fintechs no Brasil?

O Brasil é uma das maiores economias da América Latina. Devido ao seu tamanho, possui uma série de inovações financeiras que se espalharam pelo mundo, como o uso de fintechs por todo o país. 

Nos últimos 10 anos, esse novo segmento de mercado vem se expandindo de forma exponencial e muitas empresas estão se dedicando a esse mercado. 

Isso é resultado do aumento do investimento em fintechs por parte de investidores locais e internacionais, bem como de parcerias com grandes empresas do mercado de capitais mundial.

Quando se trata de fintechs, o Brasil sempre teve um papel fundamental em inovações tecnológicas e soluções digitais para transações financeiras. 

Com números que superam mais de 2 bilhões de reais, o mercado das fintechs brasileiras tem crescido cada vez mais. 

Como se destacar em um mercado de fintech?

O mercado das fintechs está crescendo exponencialmente e sua concorrência também. Esse nicho se espalhou rapidamente com novos investidores adentrando na nova onda do momento.

Porém, é preciso se diferenciar dos demais para que haja sucesso no investimento.

As fintechs são famosas por diminuir seus processos burocráticos, pensando nisso, garanta que seu cliente não perca tempo com papeladas sem necessidade. 

Invista em plataformas didáticas para que seu público não se perca tentando fazer uma transação financeira básica. 

Torne o serviço de atendimento uma experiência tranquila e rápida, não faça seus clientes esperarem muito para falar com um atendente. 

As oportunidades de investir em um fintech vão além do financeiro, então procure melhorar em aspectos que farão sua fintech ser única e especial. 

Estude os concorrentes diretos e indiretos

As fintechs chegaram com o intuito de facilitar os processos financeiros rotineiros e mudar nossas vidas para melhor. Mas quantas dessas fintechs estão realmente fazendo algo diferente e oferecendo algo específico e interessante? 

É preciso identificar quais concorrentes estão realmente oferecendo algo realmente necessário ou apenas enrolando seu público. 

É por meio disso que você identifica se as demais instituições têm chances de ameaçarem o seu negócio. 

Assim, será possível elaborar estratégias para superar seus concorrentes, identificando os erros e acertos dos mesmos. 

Conheça o seu público

As fintechs tornaram-se um dos mercados de negócios de crescimento mais rápido, porém, pode ser difícil identificar qual o público é o ideal para sua empresa.

Uma fintech deve contar com uma compreensão do seu mercado alvo e do público que estão tentando alcançar. Conhecer seu público é importante para traçar estratégias de comercialização para diversos públicos.

Para isso, reúna um compilado de informações sobre o seu público, como tendências do setor, dicas para alcançar novos clientes, métodos de publicidade e os melhores canais de mídia. 

Como instituição financeira, entender seu público e suas necessidades é essencial pois se trata de um trabalho direto com clientes. Assim, tente entender o que eles querem dizer, como querem dizer e quais são seus desejos e aflições.

Ofereça clube de vantagens para o seu cliente

O mercado das fintechs é baseado no consumismo e as pessoas estão sempre buscando formas de economizar. Se você deseja ter uma instituição de sucesso, oferecer um clube de vantagens pode ser uma ótima estratégia para isso. 

Clubes de benefícios servem para aumentar a fidelidade do cliente e criar uma sensação de proximidade com o cliente. Quanto mais serviços sua fintech oferecer, melhor. Os clientes se sentem únicos por usufruírem de serviços exclusivos e benefícios personalizados. 

Ofereça aos seus clientes benefícios do clube, como descontos e serviços adicionais, que podem fazer a diferença entre um bom cliente e um cliente fiel. 

Também, uma ótima maneira de estabelecer fidelidade, por meio de um clube de benefícios, é oferecer descontos recorrentes, acesso a serviços pré-lançados, ou outras recompensas. 

Isso tudo pode ser oferecido através de um aplicativo estilo White Label totalmente personalizável, com a ajuda da Alloyal.

Os clientes de uma fintech querem e merecem mais do que apenas um bom pressentimento sobre seu relacionamento com uma empresa, eles anseiam por recompensas tangíveis de sua fidelidade. A cultura da empresa não é nada sem suas vantagens!

Agora que você entendeu os passos e as regras de como abrir uma fintech, chegou o momento de destrinchar as diferenças entre fintech e banco digital.

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